Um trabalho tóxico pode tornar a vida dos profissionais num verdadeiro pesadelo, com impactos prejudiciais na saúde e na carreira. Descobre 5 sinais de alerta que te vão ajudar a evitar este tipo de situações.
O tempo que passamos a trabalhar é tanto que se o ambiente não for saudável, o dia a dia pode tornar-se bem difícil! Assim, ninguém quer lidar com um ambiente de trabalho tóxico.
Mas nem sempre é fácil evitar entrar neste tipo de organizações. Por isso, a Adecco Portugal reuniu uma lista com 5 sinais de alerta a que deves estar atento durante a entrevista de emprego e no processo de recrutamento.
Embora a maioria dos sinais de um ambiente de trabalho tóxico só sejam detetados depois de se começar a trabalhar, há indícios que se podem observar de antemão.
Assim, por mais entusiasmado que te sintas com uma nova oportunidade de trabalho, deves estar atento a todos os indicadores. Foca-te, em especial, nestes 5 sinais de alerta antes de aceitares ofertas de emprego.
1. Num ambiente de trabalho tóxico, um chefe raramente fala sobre a equipa
Cerca de 60% das pessoas dizem ter deixado uma empresa devido a um mau gestor, de acordo com a Society for Human Resource Management (SHRM).
Mas como garantir que não se entra num local de trabalho com um chefe tóxico? Pois bem, é fundamental prestar atenção à forma como os líderes da empresa falam sobre a sua equipa durante a entrevista de emprego.
É possível identificar um ambiente de trabalho tóxico analisando o que os líderes dizem, como o dizem, e como falam do seu grupo.
Quando falam de um feito ou elogio, estão a falar da equipa ou de si próprios? Se falam muito de si próprios, pode ser um sinal de egocentrismo.
E se se concentrarem nas deficiências da equipa quando perguntares sobre alguns dos desafios da empresa, pode ser um sinal de que têm falta de confiança e respeito pelos seus colaboradores.
2. Comportamento desrespeitoso
Embora possa ser difícil dizer se os funcionários de uma empresa gostam ou não do seu chefe ou colegas, há sinais que indicam se se respeitam uns aos outros.
Mas como se faz isso? Se estiveres a passar por uma entrevista presencial, vê como as pessoas se cumprimentam. Parecem respeitosos? Olham-se nos olhos?
Presta também atenção à sua linguagem corporal para ver se parecem desconfortáveis. Repara se deslocam o peso corporal no seu assento, se se sentem desconfortáveis quando perguntamos sobre o seu empregador e atenta na dinâmica de grupo.
Alguns destes sinais são também reconhecíveis por videoconferência, uma forma cada vez mais normal de recrutamento desde o início da pandemia.
Aproveita para ler: “Como preparar entrevista de emprego por videoconferência? 6 dicas para o sucesso“
Além disso, dá atenção à falta de entusiasmo ou interesse geral pela empresa e se te interrompem quando fazes perguntas.
Todos estes sinais podem apontar para uma cultura interna assente num comportamento desrespeitoso.
3. Taxa de rotatividade elevada
Quando vamos a uma entrevista de emprego, é importante que tratemos o processo como uma relação bidirecional. Isto significa que tanto o entrevistado como o entrevistador devem fazer perguntas, pois precisam de saber se estão alinhados com os mesmos valores.
Assim, uma das questões essenciais a colocar é: porque é que a posição para a qual me candidato está aberta? A resposta será muito reveladora.
Se alguém saiu porque foi promovido, isso mostra que a empresa cria condições para os colaboradores progredirem dentro da equipa. Portanto, será uma realidade promissora para o teu futuro.
No entanto, se a pessoa que trabalhou nesse cargo foi despedida, o recrutador pode não ser tão transparente na resposta.
Para reforçar a tua impressão, podes perguntar também como está a empresa a expandir-se e como vê a posição nos próximos seis meses a um ano.
Outra forma de conhecer a cultura e a taxa de rotatividade de uma empresa é consultar o LinkedIn ou o site da empresa, por exemplo, se tiver uma plataforma específica para clientes e funcionários deixarem o seu testemunho.
Podes também tentar contactar algum funcionário ou ex-funcionário.
É ainda boa ideia perguntar se existem oportunidades de crescimento na empresa. Desta forma, podes ver se há espaço para as pessoas permanecerem e crescerem na sua carreira.
Mas se o entrevistador contornar este assunto ou não for transparente na resposta, a empresa pode ter uma cultura de ‘porta giratória’ onde as pessoas não ficam muito tempo.
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4. Falta de diversidade num ambiente de trabalho tóxico
Para além de fazer as perguntas certas, recomenda-se uma extensa pesquisa para obter informações sobre detalhes que dificilmente serão abordados numa entrevista. Alguns desses exemplos são o género ou a raça dos colaboradores, bem como se existem vários líderes no topo da organização.
Isto é importante para perceber se existe alguma situação de segregação vertical, tanto por raça como por género. Há muita gente branca no topo e todas as pessoas de outra raça na base do organigrama? Ou há apenas homens no topo e depois todas as mulheres na base?
Este tipo de informação pode ser encontrado no website de uma empresa e, à partida, pode não parecer assim tão importante.
Contudo, a falta de diversidade na liderança pode, muitas vezes, levar a casos contínuos de racismo, assédio sexual e discriminação.
Portanto, é boa ideia pesquisar na internet a empresa para saber se houve processos de assédio sexual ou queixas de discriminação, pois estas são bandeiras vermelhas a considerar num ambiente de trabalho tóxico.
Mas atenção: cuidado com as fontes de informação! Assegura-te de que houve fundamento legal para as eventuais queixas, mas não fiques preso a comentários de quem só quer dizer mal.
5. Benefícios demasiado bons para serem verdadeiros
Trabalhar para uma marca fantástica que oferece amplas regalias no local de trabalho é sempre agradável, mas é preciso estar atento para não permitir que estas condições ofusquem a realidade da cultura de uma empresa.
Por vezes, benefícios muito bons podem retirar o foco de um ambiente de trabalho tóxico.
Algumas empresas podem oferecer, por exemplo, salas de descanso e de jogos, refeições gratuitas e outras comodidades. Porém, presta atenção porque isso pode indiciar que os funcionários estão sobrecarregados de trabalho e passam demasiado tempo na empresa.
Para saberes se é mesmo assim, podes perguntar sobre a produtividade, por exemplo, quanto ao horário de trabalho efetivo e aos critérios de avaliação.
Se conseguires contactar com um ex-funcionário, pergunta com que frequência as pessoas aproveitam as regalias e se estas ajudam mesmo a um bom ambiente de trabalho.
Já sabes como fugir de um trabalho tóxico?
Para garantir que não vais integrar uma empresa com um ambiente de trabalho tóxico, presta muita atenção à forma como o líder fala das regalias e dos benefícios, bem como das suas expetativas de produtividade.
Deves perguntar-te: soa demasiado bom para ser verdade? Porque se for o caso, provavelmente a empresa está a compensar os funcionários por um ambiente de trabalho tóxico.
E se estás a sofrer com um trabalho tóxico e que não te faz feliz, lê ainda: “Como mudar de carreira em 8 passos? Conhece a história de quem já o fez“
Artigo elaborado com base num press release da Adecco Portugal.