Um profissional de Arqueoastronomia, ou Arqueoastrónomo, é um misto entre um Astrónomo e um Arqueólogo. Portanto, o seu trabalho passa por estudar as crenças e rituais astronómicos dos povos antigos.
As civilizações antigas já usavam a Astronomia no seu dia a dia, embora esta ciência ainda não existisse. Apesar disso, os astros serviam para orientar as vidas dos povos da antiguidade.
Ainda atualmente, em algumas localidades rurais ou entre certas tribos do planeta, se usam os astros para semear a terra, ou para fazer as colheitas.
Assim, a Arqueoastronomia estuda a forma como as civilizações antigas entendiam os astros e o espaço.
Portanto, locais como Stonehenge, em Inglaterra, Machu Pichu, no Perú, e as pirâmides de Gizé, no Egito, entre outros monumentos, são espaços fundamentais para os Arqueoastrónomos.
Mas continua a ler para saberes mais desta profissão…
O que é a Arqueoastronomia
A Arqueoastronomia é o estudo interdisciplinar da Astronomia pré-histórica. Esta será a definição teórica desta ciência que é relativamente recente.
Mas nos anos mais recentes, também vem sendo definida como Astronomia Cultural, pois faz a contextualização entre os fenómenos astronómicos e as crenças das pessoas de outrora.
Assim, analisa rituais, cultos e mitos celestes, mas também as sepulturas, os templos e os santuários. Portanto, também se relaciona com as Ciências Sociais, como a História e até com a Antropologia.
Podemos também acrescentar aqui o campo da Etnoastronomia, pois a Arqueoastronomia também considera as chamadas tradições orais.
O que faz um Arqueoastrónomo
A principal missão do Arqueoastrónomo é ajudar a compreender as civilizações antigas, bem como as suas crenças e a forma como viam o mundo.
Essa análise é feita com base na forma como esses povos entendiam e utilizavam os fenómenos do céu. Assim, é possível conhecer o papel que o sol, a lua e os planetas, entre outros astros, tinham nas suas culturas, nas rotinas agrícolas e sociais.
Uma das grandes descobertas da Arqueoastronomia está relacionada com o monumento de Stonehenge. Foi graças a esta ciência que se descobriu que a estrutura megalítica está alinhada com o nascer do sol no solstício de verão e com o pôr do Sol no solstício de inverno.
Stonehenge era usado para rituais religiosos e o facto de ter sido construído com o sol como ponto central reflete a importância que este astro tinha na altura.
Além do sol e das estrelas, também a lua e os planetas influenciavam a vida dos povos antigos. Portanto, o Arqueoastrónomo concentra-se também nesses astros e nas suas relações com as civilizações passadas.
O objeto de estudo destes cientistas são os vestígios e as ruínas do passado, ou seja, os registos arqueológicos.
Quais as suas funções
O Arqueoastrónomo tem funções típicas de um Arqueólogo, mas também pode ter tarefas que mais fazem lembrar um Estatístico.
Repara que, além do trabalho de campo, este profissional também precisa de analisar dados com recurso a softwares de computador.
Portanto, estamos perante uma ciência abrangente que requer uma boa dose de preparação teórica, pois é preciso ler vários estudos e as teses e descobertas de outros cientistas.
Mas a investigação de campo é essencial e é também a parte mais interessante do trabalho. Assim, o Arqueoastrónomo visita monumentos megalíticos e dólmens, como Stonehenge, por exemplo, mas também palácios e santuários, como Cnossos em Creta, na Grécia.
Nessas visitas, o seu trabalho é fazer medições e tirar fotografias. O objetivo é perceber o posicionamento das construções, ou dos artefactos, em função dos astros ou eventos celestes detetados à época da civilização em estudo.
O estudo da arte rupestre que se refere a fenómenos astronómicos é outra área de pesquisa muito importante na Arqueoastronomia.
Porém, depois do trabalho de campo, é preciso analisar os dados recolhidos com precisão e muito cuidado.
O desenvolvimento recente das tecnologias de satélite, como, por exemplo, o GPS, veio ajudar, e muito, as pesquisas arqueoastronómicas. Assim, softwares como o Google Earth, entre outros, facilitam a vida dos Arqueoastrónomos.
Quanto ganha um Arqueoastrónomo
Os salários na área da Arqueoastronomia podem variar muito. Uma das variáveis que mais contribui para isso é a entidade onde o profissional trabalha.
Assim, é importante considerar esse aspeto, mas também ter em conta a própria experiência do profissional.
Nesta área, podem ser necessários vários anos para conseguir um nome de prestígio como Arqueoastrónomo, pois há pesquisas que podem levar anos. Portanto, é preciso investir tempo e muita paciência na carreira, para poder sonhar com os ordenados mais elevados do setor.
Contudo, a maior recompensa no trabalho é a paixão com que se faz!
Saídas no Mercado de Trabalho
A Arqueoastronomia é uma área relativamente recente e, por isso, não existem muitas vagas para essa profissão no mercado de trabalho.
Além disso, pelo facto de ser multidisciplinar, acaba por não ser tão necessária, pois outras ciências podem abordar as temáticas específicas do trabalho dos Arqueoastrónomos.
Assim, a investigação académica é a principal saída para estes profissionais. Eles podem ser integrados em Departamentos de Astronomia ou de Arqueologia de universidades.
O ensino é outra via possível para quem segue este caminho.
Como entrar na carreira de Arqueoastrónomo
Não existe um caminho único para começar uma carreira em Arqueoastronomia. O facto de esta ciência cruzar o conhecimento de várias outras áreas científicas faz com que haja várias possibilidades para chegares lá.
Há até casos de quem tenha começado por desejar ser Físico, formando-se nessa área. Mas que depois tenha sentido o chamamento da Astrofísica, antes de, finalmente, acabar a fazer formação adicional em Astronomia Cultural.
A maioria dos Arqueoastrónomos que estão a trabalhar formou-se em áreas como Astronomia e Física. Contudo, cada vez mais há pessoas da área da Arqueologia e da Antropologia a interessarem-se por este setor da Astronomia Cultural.
Certo é que quem quer ser Arqueoastrónomo precisa de sentir-se à vontade tanto com as Ciências Naturais, como com as Ciências Sociais.
Além disso, é importante ter gosto pelo trabalho de campo e por viagens, mesmo naqueles dias mais frios e chuvosos em que não apetece nada sair de casa!
Onde estudar Arqueoastronomia
Há poucos cursos que permitam um estudo completo e sólido em Arqueoastronomia.
Portanto, o ideal será compensar essa lacuna com uma formação que abarque as duas grandes áreas desta ciência, ou seja, a Astronomia e a Arqueologia.
Mas essa escolha cabe-te a ti, pois é importante que te sintas confortável com a opção que tomares.
Sentes-me mais propensão pela Arqueologia? Gostas mais de Astronomia? Podes começar por uma das áreas e especializares-te na outra.
Para te ajudar a escolher, deixamos-te os seguintes links…
Portugal:
Brasil:
Depois de teres percebido o que faz um Arqueoastrónomo, ou um profissional de Arqueoastronomia, já estás certo da profissão que queres abraçar?
Se ainda não tens certezas, aproveita para usar o Simulador de Profissões para descobrires outras ideias de acordo com os teus gostos. Estamos a torcer pelo teu sucesso!