O organista é um músico que toca órgão como profissão. O órgão é um instrumento muito valorizado na música clássica e na música de câmara e a maior parte das igrejas é dotada de, pelo menos, um exemplar deste instrumento musical.
Sem dúvida, o órgão é realmente um instrumento apaixonante e para quem gosta de música e de instrumentos de teclas, tornar-se organista pode ser a escolha profissional acertada.
Aqui, vamos mostrar-te como é o dia a dia deste profissional, quais são as possibilidades no mercado de trabalho, assim como outras informações úteis para entrares nesta carreira com o pé direito.
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Órgão
O órgão é um instrumento musical de teclas, o qual pertence à família dos aerofones. É formado por vários tubos, teclado e pedais e o som é produzido através da passagem do ar pelos tubos.
O tamanho é variável, existindo órgãos de apenas uma caixa e órgãos que têm o tamanho de prédios com 5 andares.
Sem dúvida, é um instrumento musical glorioso, tanto que Mozart o considerava o “rei dos instrumentos”. É um instrumento perfeito para fazer o acompanhamento de vozes humanas, mas também o é para dar um espetáculo a solo (até porque o seu som poderoso e forte é capaz de substituir toda uma orquestra).
Com toda a certeza, uma das características mais marcantes é o seu amplo espectro sonoro (o maior de todos os instrumentos). O órgão tem uma amplitude sonora grandiosa e pode variar de timbre e altura do som.
Outra característica que o distingue do piano e do cravo é que o órgão é capaz de manter a nota tanto tempo quando o organista pressionar a tecla (o piano e o cravo vai perdendo força, até que o som desaparece, mesmo se estivermos a pressionar a tecla).
O papel do Órgão na Música
Sem dúvida, o órgão ocupa um papel central na Liturgia Cristã (não só na Igreja Católica como em todas as Igrejas Reformadas). A música é, para as religiões, uma forma de enriquecer o culto. Quando temos a presença de música no culto, conseguimos criar uma atmosfera favorável à oração e à meditação.
Além disso, ele também marca presença em cerimoniais de Estado em alguns países (principalmente aqueles de raiz anglo-saxónica). Neste caso, o órgão acompanha o Hino Nacional, assim como outras músicas tradicionais.
Este instrumento também tem um papel não litúrgico, tendo foco puramente artístico. Poderá acompanhar coros, integrar orquestras, assim como atuar a solo.
Tipos de Órgãos
Existem diferentes tipos de órgãos, sendo que estes são classificados de acordo com as suas características próprias. A escolha do órgão vai depender muito do gosto particular do organista, mas também do reportório que se pretende executar.
Portativo
Também chamado de órgão portátil, este tem dimensões pequenas e é leve, para que seja fácil de transportar.
Positivo
Este tipo de órgão tem poucos registos e a maior parte não possui pedais. Este tipo de órgão também é fácil de movimentar. Era muito usado no Barroco para desempenhar um papel de baixo.
Realejo
Também um órgão portátil, este não tem tubos, mas sim palhetas livres.
Órgão de Estudo
Este tipo de órgão tem poucos registos, mas tem muitas secções (as quais muitos consideram desnecessárias). O órgão de estudo tem uma pedaleira suspensa. Assim como o nome sugere, este é o tipo de órgão mais usado pelos alunos que estão a aprender este instrumento.
Órgão Barroco
Tal como o nome indica, este tipo de órgão foi usado na época barroca e ainda hoje é usado em escolas de organaria. Devemos dizer, aqui, que os órgãos neobarrocos são recentes e adotaram este nome por se basearem nos modelos barrocos.
Órgão Ibérico
Este tipo de órgão surgiu no século XVI em Portugal e Espanha e adquiriu características regionais, as quais vão ao encontro da estética adotada pela escola de organaria ibérica. Regra geral, tem apenas um manual (dividido em baixos e tiples) e tem menos teclas que os órgãos modernos. Alguns musicistas consideram haver, também, o órgão português e o órgão espanhol, por possuírem algumas características próprias.
Órgão de Coro
Este tipo de órgão é usado para acompanhar coros e solistas e tem grande dimensão, assim como o nome sugere. Sendo um instrumento de acompanhamento, não tem registo de solo. Geralmente encontra-se ao lado do coro (ao contrário do grande-órgão, o qual fica no coro-alto).
Órgão de Teatro/Cinema
Este órgão foi desenvolvido para substituir as orquestras que acompanhavam filmes mudos.
Órgão Romântico
Este tipo de órgão foi desenhado para executar as obras do período romântico. Sem dúvida, uma das características mais marcantes é que tem, no mínimo, uma secção expressiva. Tem também, no mínimo, um registo oscilante e é muito rico em octaviantes e registos harmónicos.
Órgão Sinfónico
Tal como o nome sugere, este é um órgão poderoso, capaz de executar sinfonias, substituir orquestras e acompanhar uma grande orquestra sinfónica.
O Órgão em Portugal
O órgão é um instrumento muito presente em Portugal, muito pela forte presença da Igreja Católica no país. Em Lisboa, na Igreja de São Vicente de Fora, encontramos o maior órgão histórico nacional, o qual foi construído no século XVIII e conta com 3115 tubos.
Portugal alberga também o maior conjunto de órgãos dispostos num mesmo local do mundo. Encontramo-lo na Basílica de Mafra e organistas de todo o mundo deslocam-se até à Basílica para apreciar a grandeza destes órgãos. Este conjunto de 6 órgãos foi contratado por D. João V.
No Porto, temos o maior órgão operacional de Portugal, na Igreja da Lapa, o qual tem 4307 tubos. No entanto, é no Santuário de Fátima que encontramos o maior órgão de Portugal, o qual conta com cinco teclados manuais, pedaleira de 32 teclas e em torno de 6500 tubos.
O Órgão no Brasil
A basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Niterói, é o maior órgão de toda a América Latina. Este foi construído já no século XX e foi tocado pela primeira vez pelo organista e Maestro do Vaticano Fernando Germani.
Tem, ao todo, 11130 tubos, cinco teclados e pedaleira. Este órgão tem a característica única de fornecer indicações luminosas, facilitando a execução das peças pelos organistas.
O que faz um Organista?
O organista realiza concertos nos quais toca órgão. A maior parte do reportório para órgão tem uma índole sacra, até pela ligação forte entre este instrumento e a Liturgia Cristã.
Em Portugal, é comum usarem-se os termos organista litúrgico e organista de concerto, com o intuito de distinguir os músicos que se dedicam à música sacra e aqueles que se dedicam a outros estilos e géneros musicais.
No caso de tocar na igreja, este músico deve ter um conhecimento amplo do reportório executado nesse local (Literatura Organística), mas também deve dominar o órgão como um instrumento de harmonização, acompanhamento, mas também deve ser capaz de improvisar.
Quais as suas funções
A principal função do organista é tocar órgão em Igrejas e salas de espetáculos (a solo, como apanhamento de coros ou fazendo parte de orquestras).
O estudo musical e a prática do instrumento fazem parte da rotina diária deste músico, até porque o órgão não é um instrumento de fácil execução e precisa de muita prática para se conseguir alcançar a perfeição (ou chegar lá perto).
Além destas funções, os organistas são responsáveis por afinar as palhetas do órgão, as quais são muito sensíveis e desafinam facilmente perante oscilações climáticas.
Saídas no Mercado de Trabalho
Em Portugal, assim como no Brasil, a maior parte dos organistas litúrgicos são amadores. Não existe um verdadeiro investimento na formação, notando-se uma falta de qualificação dos organistas nestes países.
Por isso, músicos que pretendam seguir uma carreira como organista e que tenham uma formação adequada, acabam por não ter dificuldade em encontrar uma oportunidade de trabalho.
Para além de poderes atuar como organista litúrgico e de concerto, podes também atuar como professor de órgão ou professor de música (até porque com a formação em música serás capaz de dar aulas em todo o tipo de instituição).
Como entrar na carreira de Organista?
O organista precisa ter conhecimentos profundos de Literatura Organística e de Teoria Musical. Este músico tem também de ser capaz de ler várias pautas ao mesmo tempo, pois tem à sua frente uma pauta para a mão direita, outra para a mão esquerda e outra para os pés.
Tem ainda de ser capaz de dominar as técnicas de todas as épocas, escolas organísticas e estilos (embora seja comum que os organistas se especializem num reportório específico).
Sendo assim, se queres seguir a profissão de organista, tens de ter uma formação em música. Além disso, tens de fazer uma formação em organologia (na qual aprender a afinar as palhetas do órgão).
Onde estudar para Organista?
Como vimos, o estudo da música e da organologia é essencial quem quer seguir a carreira de organista. Um curso universitário em música é, então, uma mais-valia. Por isso, deixamos aqui alguns cursos que te podem interessar.
Portugal:
Brasil:
Se o teu sonho é ser um organista de referência e sucesso, então investe na tua formação. Com toda a certeza, vais conseguir tudo aquilo que desejas. A equipa do Guia das Profissões deseja-te todo o sucesso.