Albert Einstein é um dos grandes génios da humanidade. O Físico que ganhou um Prémio Novel é considerado um dos maiores pensadores do Século 20. Já sabias tudo isto provavelmente. Mas sabias que roubaram o cérebro de Einstein para o estudar?
A história parece de filme, mas aconteceu mesmo! Contudo, é preciso começar a contá-la pelo princípio…
Albert Einstein morreu a 18 de abril de 1955 em Nova Jérsia, nos EUA, depois de ter sofrido um aneurisma. O cientista queria ser cremado após a sua morte, pois não queria que o seu corpo fosse “adorado” como um ídolo, nem que o seu cérebro fosse estudado.
Mas o Patologista Thomas Harvey (1912-2007) resolveu contrariar essa vontade. E depois de ter feito a autópsia de Einstein no hospital de Princeton, em Nova Jérsia, onde trabalhava, removeu o cérebro do Físico e roubou-o.
Harvey manteve o cérebro de Einstein na sua posse durante mais de 40 anos e o seu objetivo foi estudar a inteligência excecional do cientista.
Quando a família de Einstein descobriu o que aconteceu, não apresentou queixa. E Harvey conseguiu manter o cérebro na sua cave, guardado em frascos, durante décadas.
Ainda faltam partes do cérebro de Einstein
Harvey “convenceu” o filho de Einstein, Hans Albert, a deixar o cérebro com ele para “investigar as potenciais causas biológicas do brilhantismo” do cientista, como relata a Encyclopaedia Britannica, uma das mais antigas enciclopédias do mundo que existe desde 1768.
O Patologista chegou a viajar pelos EUA com o cérebro de Einstein, passando por várias zonas do país. Pelo caminho, enviava partes do cérebro a outros cientistas para o estudarem. Alguns deles, ou as suas famílias, acabaram por devolver as amostras que receberam.
Em 1990, Harvey doou as partes do cérebro de Einstein que lhe restavam a um Patologista do Centro Médico Universitário do Hospital de Princeton.
Contudo, algumas partes do cérebro continuam “escondidas”, eventualmente, como “lembranças de família”, como nota a Britannica. Há ainda algumas amostras que estão em exibição no Museu Mütter, em Filadélfia.
Vê como ser Físico
Afinal, o cérebro de Einstein era especial?
Em 1985, 30 anos depois da morte de Einstein, foi publicado o primeiro estudo sobre o cérebro de Einstein por um Neurocientista da UCLA que recebeu amostras de Harvey.
Ao longo de décadas, vários estudos tentaram provar que o cérebro de Einstein era especial – e que, por isso mesmo, é que ele era genial. Mas, na verdade, não se sabe o que tornava o cientista tão brilhante!
Uma pesquisa de 2012 sugere que “há aspetos do cérebro de Einstein que são diferentes do cérebro médio, como um sulco extra no lobo frontal, a parte do cérebro associada à memória e ao planeamento”. Contudo, essa conclusão não diz grande coisa.
O cérebro varia de forma de pessoa para pessoa. Portanto, as diferenças fisiológicas detetadas nesse estudo, podem ser normais em várias pessoas.
Para provar que o cérebro de Einstein era diferente dos demais, seria preciso estudar os cérebros de outras pessoas geniais – para eventualmente encontrar padrões.
Quem foi Albert Einstein?
Albert Einstein nasceu em Ulm, na Alemanha, em 1879. Viveu em Munique com a família, onde começou a estudar violino. Mas graduou-se em Física na Escola Politécnica de Zurique, na Suíça.
Foi depois de ter conseguido o seu primeiro emprego, num escritório de patentes, e quando estava a tirar o doutoramento na Universidade de Zurique, que começou a publicar os seus primeiros estudos revolucionários sobre a Teoria da Relatividade.
Em 1921, foi condecorado com o Prémio Nobel da Física pelo desenvolvimento da Teoria da Relatividade e de outros conceitos que sustentam a Física Moderna e a Mecânica Quântica.
Também foi ele que criou “a equação mais famosa do mundo”, ou seja, a fórmula de equivalência massa-energia.
Mudou-se para os EUA em 1933, tornando-se Professor de Física na Universidade de Princeton. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, empenhou-se em projetos em prol da paz no mundo.
Em 2003, foi notícia na BBC que investigadores das Universidades de Cambridge e de Oxford, em Inglaterra, concluíram que, quando era criança, Einstein apresentava sinais de Síndrome de Asperger, uma doença do espetro do autismo.
Também há rumores que nunca foram provados de que tinha dificuldades de aprendizagem e que poderia sofrer de déficit de atenção e hiperatividade.
O que é a Teoria da Relatividade?
A Teoria da Relatividade Geral desenvolvida por Einstein ajudou a explicar como é que o espaço, a matéria, o tempo, a energia e a gravidade interagem.
Após mais de uma década de pesquisas, Einstein publicou as suas conclusões em torno desta teoria em 1915, o que levou a uma verdadeira revolução no entendimento sobre o nosso universo.
Einstein descobriu que a matéria leva o espaço e o tempo a curvarem-se em redor de um objeto, seja ele um carro, um vaso, um planeta, ou uma estrela, ou de uma pessoa. Quanto mais massa tiver esse objeto, maior será a curvatura.
Essas curvaturas ajudam a explicar a força da gravidade que, assim, é uma alteração na geometria do espaço.
Portanto, grandes massas podem distorcer o tempo e o espaço. Isso influi na velocidade da luz que se propaga pelo espaço num tempo diferente, conforme o ponto de observação esteja em diferentes pontos com acelerações gravitacionais distintas.
Espreita este vídeo que ajuda a entender um pouco melhor o conceito…
Einstein revolucionou a Física moderna e continua a ser um dos grandes nomes da nossa civilização. E seja o cérebro de Einstein especial, ou não, o cientista continua a marcar a história da humanidade.
Foto de Albert Einstein: Orren Jack Turner / Biblioteca do Congresso dos EUA / Wikimedia Commons